INDEPENDÊNCIA

DOCUMENTÁRIO | ANGOLA | 2016 | 1H45M

Realização: Fradique (Mário Bastos) 

Produção: Paulo Lara & Jorge Cohen

Consultoria Histórica: Conceição Neto  

Dir. de Fotografia: Kamy Lara

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"Independência" parte de memórias da situação colonial em Angola, revela os passos iniciais da luta de libertação e percorre alguns dos seus principais cenários.

SINOPSE

A 11 de Novembro de 1975 Angola proclamou a independência, 14 anos depois do início da luta armada contra o domínio colonial português. O regime de Salazar recusava qualquer negociação com os independentistas, aos quais restava a clandestinidade, a prisão ou o exílio. Quando quase toda a África celebrava o fim dos impérios coloniais, Angola e as outras colónias portuguesas seguiam um destino bem diferente. Só após o golpe militar de 25 de Abril de 1974 ter derrubado o regime, Portugal reconheceu o direito dos povos das colónias à autodeterminação.

Os anos de luta evocados em "Independência" determinaram o rumo de Angola após 1975. Opções políticas, conflitos internos e alianças internacionais começaram a desenhar-se durante a luta anti-colonial. As principais organizações (FNLA e MPLA e, mais tarde, UNITA) nunca fizeram uma frente comum e as suas contradições eram ampliadas pelo contexto da Guerra Fria. A independência foi proclamada já em clima de guerra, mas com muita emoção e orgulho, como é contado no filme.


NOTA DO REALIZADOR

Como a maior parte das pessoas da minha geração, eu tinha um desconhecimento profundo do nosso passado. Ensinaram-nos mais a estar e a reagir no presente. As poucas reflexões sobre o passado eram sempre partilhadas pelos kotas com uma dose de saudosismo e amargura. Comecei a querer conhecer melhor as pessoas e as ideias daqueles que lutaram pela independência do nosso país. 

Trabalhar seis anos no projecto "Angola - Nos Trilhos da Independência", com acesso ao Centro de Documentação da Associação Tchiweka, foi essencial para conseguir fazer este documentário. A narrativa e estética do filme baseiam-se muito no processo e na experiência que tive durante esses anos, convivendo com as memórias daqueles que deram os seus testemunhos e com os materiais de arquivo. Ler num jornal a notícia das prisões do "Processo dos 50", ouvir uma gravação de Che Guevara reunido com nacionalistas angolanos no Congo, ou ver as fotos do dia-a-dia nas bases de guerrilha, deixava-me sempre emocionado. Por isso, em todos os mapas, fotos, documentos, jornais e cartas do filme sente-se essa procura, esse revelar e encontrar o passado, depois de mais de 40 anos. O ponto de vista do filme é o da geração que participou na luta, são eles a partilhar as suas memórias. A própria intervenção do narrador foi escrita nesse tom, de alguém que hoje olha para trás e faz uma reflexão sobre esse tempo, e se pergunta ,"Que memória resta da nossa luta?."

Concluído o filme, espero que ele consiga criar diálogo entre as gerações que participaram na luta e as que nasceram depois de 1975. 

Está na hora de olharmos para o passado com os pés bem assentes no presente, e reflectirmos sobre onde estamos e o que somos, como país, 40 anos depois da nossa Independência.  

 

PRÉMIOS + FESTIVAIS

Prémio Nacional da Cultura

Angola | 2015

Melhor Documentário Festival Internacional dos Camarões

Camarões | 2016

Selecção Oficial Festival de Luxor

Egipto | 2015

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