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NOSSA SENHORA DA LOJA DO CHINÊS

DRAMA | 98 MIN | 2022 | ANGOLA

PORTUGUÊS & MANDARIM | 2.39:1 | 5.1

 

SINOPSE

Quando um comerciante chinês traz para um bairro de Luanda uma singular imagem de plástico sagrado de Nossa Senhora, uma mãe enlutada busca a paz, um barbeiro atento inicia um novo culto e um jovem desorientado busca vingança por seu amigo perdido. 

Este bizarro conto urbano revelará uma família e uma fachada de cidade cheia de ressentimento, ganância e tragédia.

FICHA TÉCNICA

Guião e Realização: Ery Claver

Produtor Jorge Cohen

Produtores Executivos
Sílvio Nascimento
Elias Ribeiro

Director de Fotografia Eduardo Kropotkine

Directora de Arte Prudênciana Hach

Ass. Realização Kamy Lara

Directora de Produção Rossana David

Elenco Principal
Cláudia Púcuta
David Caracol
Willi Ribeiro

Narrador Meili Li

Música Original Ismael Suama

Som Oswald Juliana

Edição Zeno Monyak

Ass. de Câmera Alfredo Tino

Tradução Mandarim Xinyi Li

 

NOTA DO REALIZADOR

Eu vejo estórias em que a câmara capta a realidade, mas a câmara, ao contrário dos olhos, não lagrima, a câmara é uma escrava fria da realidade, não lhe é permitido sonhar. Nossa Senhora da Loja do Chinês significa muito para mim como cineasta, não apenas por ser a minha primeira longa metragem. Este filme define e condensa um impulso que tenho traçado nas minhas últimas curtas metragens: uma alegoria sobre o poder.

A relação que tenho estabelecido com os aspectos da condição humana têm sido uma experiência determinante para a minha construção como cineasta. O filme reclama em seu contexto temas como desejos de vingança, segredos, servidão, abuso, violência, morte, fantasmas, política , fé religiosa, é através do poder que essas bases se manifestam.

“Certo dia, a qualquer hora em Luanda, vejo um contentor cheio de lixo. À sua volta, um grupo de jovens aos empurrões o cortejam, a poeira do carro preto os agride também. Dentro do carro, uma barriga repleta a apertar o volante. Mais à frente um grande placard a anunciar uma igreja, e dentro dela uma mãe ora pela memória da sua filha, um clamor abafado pelo grito mais potente de uma ou outra inocente criança a cantar, que assusta as mãos do pastor da igreja absorto a contar o dinheiro, um troco de outro coitado, que contrariado revolta-se em casa com quem é suposto amar. O vizinho ouve o grito mas diz: ‘Para acabar de construir a minha casa, os materiais, não estou a entender nada, está tudo em chinês’".

Este filme fala essencialmente sobre o tempo em que vivemos. Se a realidade se permite esse paradoxo, então nós, ficcionistas, andamos a dormir e nem por isso estamos a sonhar. Se a realidade não aceita mentiras, deve pelo menos saber conviver com as alusões, e aludir, ou então imitar a realidade.

 
Fazer Direção de Arte em Angola, com os recursos que temos, é abrir uma porta para o desafio mas também para a vontade de querer fazer, assim foi vestir a Tourada.
— PRUDÊNCIANA HACH - Directora de Arte

MAKING OF

Este filme retrata, de forma muito crua, a realidade de vários personagens que nós podemos encontrar no nosso dia a dia.
— KAMY LARA - Ass. de Realização

SOBRE O FILME

Nossa Senhora da Loja do Chinês foi filmado inteiramente em Luanda, cidade capital angolana, complexa, com muitas camadas, vários tempos e infinitas formas de viver. Assim também é o filme, que apresenta olhares diferentes sobre um mesmo objeto. Um filme em que uma grande construção importa tanto quanto o corredor da casa, a fé e o poder se encontram, o silêncio das conversas une-se ao som angustiante da água, o calor do sol se conecta a luz neon e um poeta que escreve em mandarim.

O sentimento de perda do casal Bessa e Domingas paira como uma nuvem fúnebre sobre eles e sobre a casa. Zoyo nos leva para as ruas, na busca inquieta pelo seu fiel amigo. É a santa, este objeto de milagres prometidos pelo comerciante 张伟 Zhang Wei, que desvenda personagens e acontecimentos, e que conduz ao olhar de uma sociedade entorpecida, com a saudade do que poderia ter sido e sujeita a constantes manipulações políticas e religiosas. Esta grande construção, sem alicerces firmes, débil e inacabada, a Tourada, é a vulnerabilidade do poder evidenciado. O surreal edifício é uma das oito Praças de Touros construídas em África na época colonial, depois ocupado por por shows icônicos. Hoje carcomido pelo tempo, abriga salões de beleza, lavadores de carro e  bares, sempre à espera da demolição ou da revitalização, planeada e prometida há anos pelo Estado.

O filme , que iniciou as gravações em meio a pandemia de 2020 e propositalmente escolheu filmar com apenas dois atores e uma equipa reduzida, teve nas gravações da Tourada o seu desafio maior de produção, reunindo mais de uma centena de pessoas para voltar a ocupar o espaço com Cultura.

Além do elenco, as cenas que remontam uma comício de bairro, dirigido pela nata política e seguida de um bizarro banquete, contaram também com participações especiais. Pessoas que representam outros grupos e outras gerações da arte e da cultura angolana, que inspiram a fazer em coletivo. Filmar na Tourada teve a sua parte de celebração, de estar junto e de fazer cinema ao vivo. Não foi apenas criar um evento para a gravação, mas divertir-se no próprio evento e celebrar o cinema e a cultura nacional.

 
 
 
 

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Encontre os links para o material promocional do filme Nossa Senhora da Loja do Chinês, para qualquer outra informação, não hesite em entrar em contacto.

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